quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Época 2012/2013 - Crónicas

Benfica: muitos gritos, muito cedo


Ponto prévio: acho que o Benfica ainda não fez o luto do campeonato passado.

Se nos lembrarmos, os responsáveis do clube terminaram a época a dar entrevistas em que explicavam que tudo tinha decorrido mal (outra vez) por causa de um fora-de-jogo.

Não foi, como sabem todos os que olham para o futebol com distanciamento. O Benfica teve a Liga na mão e foi incompetente, permitindo que o F.C. Porto chegasse à Luz em posição de escrever outro final para a história.

Sem perceber o que realmente se passou, os responsáveis do Benfica foram de férias convencidos de que a arbitragem os prejudica. Durantes esses longos meses nada encontraram que justificasse essa tese, mas mesmo assim mantiveram-na.

Creio que é isso que justifica tantos gritos, tão cedo.

Que se passou de facto em Coimbra?

No primeiro lance, passado dezenas de vezes na televisão, subsistem as dúvidas: a falta foi dentro ou fora da área? Se ainda há dúvidas, é motivo suficiente para deixar o árbitro sossegado.

No segundo lance, Garay toca na bola e depois varre o adversário. Acho eu. Mas não é fácil ter uma opinião definitiva sobre o lance, que parece diferente a cada repetição. Mais uma vez, benefício para o árbitro.

Foi isto que se passou em Coimbra. Isto mais uma grande penalidade assinalada contra a Académica, com expulsão de quem a cometeu.

Tudo somado, é muito pouco e claramente não justifica a gritaria. Acontece que o Benfica ainda não esqueceu o fora-de-jogo de Maicon. Continua a doer.

Além dos lances com Xistra, o Benfica tem de lamentar mais algumas coisas. Eis uma lista apressada:

1. No lance de Makelele, como pode o meio-campo permitir que o médio apareça naquela zona, entre os centrais, disponível para receber um passe longo?

2. No lance de Hélder Cabral, como pode a equipa, em superioridade, permitir que o lateral adversário percorra metros com a bola dominada?

3. Antes de tudo isto, como podem os avançados desperdiçar três oportunidade claras em quinze minutos?

4. Se Lima foi contratado ao rival Sp. Braga e estava fresco, por que não jogou ele de início em vez de Rodrigo, desgastado pela solidão de Glasgow?

5. Se o Benfica precisa de formar um meio-campo novo, porque prefere adaptar Enzo Pérez em vez de utilizar Carlos Martins ou Aimar, rotinados na posição?

O Benfica podia começar por procurar respostas para estas e outras questões. Mas já sabemos que não se reflete aos gritos.

in maisfutebol por Luís Sobral   

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