terça-feira, 14 de setembro de 2010

Época 2010/2011 - Liga Orangina, 2ª jornada | Análise da jornada

Antes de mais quero agradecer o convite que me foi endereçado pelo Pedro Barreira para colaborar neste blog, na qual aceitei de bom agrado, até porque adoro falar/escrever sobre futebol e além de ser igualmente um grande apaixonado por outras grandes modalidades como o andebol, basquetebol, hóquei em patins, voleibol, futsal ou ténis. Mas, como aqui se trata exclusivamente de futebol é nisto que me vou concentrar, procurando focar os principais acontecimentos da jornada e também de vez em quando chamar atenção para um ou outro jogador nacional, que possa vir dar nas vistas ou mesmo que já esteja a dar e não seja propriamente reconhecido pela perfomance que está a apresentar.

Sendo assim nesta minha primeira crónica será dedicada à Liga Orangina, o segundo principal escalão do futebol português e que eu acompanho com bastante regularidade e entusiasmo. Em termos de análise, naturalmente darei sempre maior ênfase aos jogos que foram transmitidos pela TV e por isso nos restantes encontros farei apenas uma breve consideração e principais pontos a reter do que se passou nessas partidas.


Penafiel 0-0 Belenenses


Este foi um dos jogos que mereceu honras de transmissão televisiva, onde tivemos pela frente um jogo sobretudo muito táctico e previsível de parte a parte, mas se contabilizarmos as oportunidades secalhar a existir um vencedor só podia ser o conjunto da casa.

Essa superioridade do Penafiel foi mais evidente no primeiro tempo, perante um Belenenses que pouco incomodou a defesa contrária e curiosamente a única oportunidade de golo surgiu num alívio do central Célio Santos (na segunda parte com a saída do André Pires passou para lateral esquerdo) para onde estava virado e quase fazia de forma caricata o golo, mas de resto a equipa produziu muito pouco em termos ofensivos.Na defesa, curiosamente o Rui Gregório mudou os dois centrais e juntou de início os reforços Baggio e Célio Santos, fazendo ainda estrear o Balú (bom jogo e como seria de esperar agarrou de imediato um lugar no onze inicial...ele que fez uma excelente época no Portimonense) e no ataque o Elton Souza, que durante um determinado período do primeiro tempo sobre o lado esquerdo foi incomodando o Zamorano, mas pouco a pouco foi perdendo "gás" e cedeu o seu lugar ao também estreante Calé logo a abrir a segunda parte, sendo que o brasileiro teve azar na sua estreia, uma vez que saiu lesionado.O Belenenses abusou essencialmente nas faltas laterais e proporcionou diversos livres tanto no lado esquerdo como no direito, na qual o capitão Vítor executa muito bem e foi num desses lances, que o Sandro (esteve bem ao lado do Digão) cabeceou à trave, naquela que foi uma das grandes oportunidades do Penafiel, sendo que na primeira parte o Michel num livre proporcionou uma extraordinária intervenção ao Semmi.



Em termos de sistema apresentado, como se esperava o técnico Lázaro Oliveira apostou num 4-3-3 clássico, com o Márcio Ramos na baliza, laterais com Elízio (substituiu o castigado Stéphane) e Zamorano, sendo a dupla de centrais constituída pelos brasileiros Sandro e Digão e diga-se que o irmão de Káká cumpriu no que foi exigido, registando somente um erro posicional, mas não comprometeu em nada a equipa na defesa. No meio-campo formado em 1-2, contando com o incansável Hugo Soares como pivot defensivo, surgindo como médios interiores o capitão Vítor (um dos melhores em campo neste jogo) e o Bruno Madeira, um jogador que de vez em quando lá aplica o seu bom remate. Quanto ao ataque, apresenta três jogadores muito rápidos e que fazem do contra-ataque e ataque rápido a sua principal arma, estando o Manoel sobre a esquerda, Kanu na direita e o ponta de lança Michel, que é sem dúvida um dos melhores avançados deste campeonato e merecia mais do que estar na Liga Orangina.

No Belenenses, o Rui Gregório tal como na jornada inaugural diante do Desportivo das Aves jogou em 4-3-3, no entanto é de registar as várias mexidas que fez na equipa, mexendo em quase todos os sectores do campo menos na baliza (o Semmi manteve o lugar) e nas laterais, contando com o André Pires e o experiente Barge na esquerda e direita respectivamente, fazendo estrear a dupla de centrais Célio Santos (que depois na segunda parte passou para a lateral esquerda devido à lesão do André Pires, entrando o Devic) e o Baggio.

Na zona intermédia o reforço Balú estreou-se e tacticamente esteve ao seu nível e aqui a turma do Restelo não terá que se preocupar minimamente, ainda por cima além da posição de trinco ele pode jogar a central, algo que aconteceu até com frequência quando estava no Portimonense na época passada. Como médios interiores, o treinador manteve o Celestino, mas desta feita trocou o André Almeida pelo Miguel Rosa. Na minha opinião foi uma escolha acertada, em virtude do André ainda estar um pouco verde para se assumir como indiscutível no onze, mas atenção que este tem potencial, contudo para o que é pretendido o Miguel Rosa neste momento dará outras garantias, tendo uma facilidade tremenda de aparecer em zonas de finalização e claro que ajuda o facto de ter carregado às "costas" o Carregado na temporada transacta, mas colectivamente falando a qualidade não era muita, por isso a descida foi mais do que óbvia.

Quanto ao ataque, o irrequieto Fredy e o lutador Abel Camará voltaram a merecer confiança do técnico, apresentando como novidade o Elton Souza, que lá foi aparecendo pela esquerda, ficando o Camará mais fixo na área.


Leixões 1-0 Santa Clara


Mais um jogo que contou com transmissão na Sport TV e onde as expectativas eram grandes, até porque iamos ter pela frente dois candidatos à subida, se bem que tanto uma como outra equipa estão muito longe do que podem e devem apresentar, mas no caso do Santa Clara é perfeitamente legítimo as coisas ainda não estarem totalmente definidas, uma vez que perdeu seis titulares indiscutíveis e inclusive dois deles estavam do outro lado da barricada (Danilo Rocha e o Oliveira) e ainda o Feliciano, que não era titular na equipa e curiosamente foi o autor do único golo neste jogo, na única oportunidade clara de golo da equipa da casa, aproveitando um erro do lateral Nélson, um jogador que estava no Leixões no ano passado.

Desta vez o Augusto Inácio não repetiu o sistema com três centrais apresentado na Covilhã, apostando no sistema que mais vinha trabalhando nesta pré-temporada e mesmos nos jogos da Taça da Liga, ou seja, um 4-1-3-2, jogando à frente do Ricardo Andrade (bom guarda-redes) os experientes Nuno Silva e Danilo Rocha, estando as laterais entregues ao Jean Sony (excelente exibição!) e ao adaptado Paulo Tavares, que na ausência do Tininho por lesão teve que ocupar o lugar e diga-se que conseguiu cumprir, estando mais entregue às missões defensivas do que propriamente ofensivas.
O Cauê foi o elemento mais recuado do meio-campo (para mim surpreendeu o Tales estar pelo banco até ao momento), jogando sobre a esquerda o "mágico" Oliveira, ele que possui um pé esquerdo fantástico e acho incrível um jogador da sua qualidade ainda não ter jogado na Liga Sagres e de facto muito deste Leixões nos momentos de transição defesa/ataque vai depender das suas acções, seja através de passes em ruptura ou em profundidade e claro...é um excelente marcador de bolas paradas (o golo que marcou na Covilhã é bem exemplo disso). Sobre a direita a aposta recaiu no Dener, ficando o Fábio Espinho a funcionar como "vagabundo" e jogando atrás da dupla Rui Pedro e Félix, que tiveram muitas dificuldades no duelo com os defensores contrários e apesar de terem lutado muito, estiveram algo discretos.

O Santa Clara é uma equipa que está em construção e para ajudar a "festa" tem um novo treinador (diga-se que é competente) e ainda existe ali diversos mecanismos a acertar, mas claro com os jogos e as vitórias aparecendo as coisas irão-se desenrolar com outra naturalidade. Assim sendo, o treinador Bruno Moura apresentou o brasileiro Ney na baliza, laterais com o Vítor Alves e o Nélson, estando no centro da defesa o Fabeta e o Edgar (tem muita experiência e não é por acaso que mal chegou à equipa integrou o grupo dos capitães), apostando no meio-campo com um duplo-pivot (curiosamente jogou com os adaptados Renato e Tengarrinha), jogando à frente dessa dupla o Bruno Monteiro, que principalmente na primeira parte esteve em bom plano. Na linha da frente, Jorge Monteiro e Alex sobre as alas e o ponta de lança a ser o Hugo Moreira.

A diferença esteve no aproveitar das oportunidades. O Leixões teve uma e marcou, enquanto o Santa Clara em três situações de golo claras não conseguiu finalizar da melhor maneira (então a perdida do Alex e do Jorge Monteiro são inacreditáveis).Em jogo jogado, bastante equílibrio e muito jogado a meio-campo. O Santa Clara revela uma excelente organização defensiva (defesa/meio-campo), mas depois fica muitos jogadores com características defensivas e falta ali um ou dois pensadores e dar outra dinâmica e acutilância ao ataque. O Fajardo quando entrar na equipa certamente fará esse papel, mas é preciso ter calma com esta equipa, uma vez que viu sair os seus melhores jogadores e treinador...por isso as coisas levam o seu tempo a aperfeiçoar e não é fácil jogar em Matosinhos perante um Leixões igualmente candidato, mas ainda muito longe do que também pode e deve apresentar, até pelo plantel que possui.



Arouca 2-2 Feirense


A esta hora o técnico Henrique Nunes ainda deve estar a perguntar como foi possível o Feirense chegar à igualdade, quando a sua equipa vencia por 2-0 a sete minutos do fim e a jogar em superioridade numérica por expulsão do avançado açoriano Diogo Fonseca. Isto é daquelas coisas que por vezes acontece uma vez na vida de algum clube, mas a verdade é que aconteceu e veremos como o Arouca irá reagir a este desaire inacreditável e veremos se no final da época estes dois pontos vão fazer falta. Quanto ao Feirense, é um resultado bastante precioso e com isto só pode motivar a equipa para os próximos compromissos.
Os golos do Arouca foram apontados pelo Paulinho e também por Edu Souza, enquanto no Feirense o goleador Roberto e o central Luciano fizeram os golos da turma forasteira.



Aves 3-0 Oliveirense


Depois de uma exibição algo apagada no Restelo, o Aves começa em grande a sua participação no campeonato no seu reduto, levando a melhor sobre a Oliveirense, sendo que o momento do jogo aconteceu perto do final da primeira parte, com o central Laranjeira a cometer grande penalidade e a ser expulso, dando possibilidade ao Rabiola abrir a contagem, ele que depois no segundo tempo viria bisar (neste momento é o melhor marcador da Liga com três golos), fechando a contagem o extremo Luisinho no período de descontos.



Trofense 1-0 Moreirense


Através da Trofa TV tive oportunidade de assistir a um resumo desta partida e pelo que vi o Trofense na primeira parte chegou ao golo com justiça (golo marcado pelo Nildo Petrolina) e por algumas vezes o guardião Tigrão teve que corresponder com boas interveções, mas diga-se que na segunda parte quem criou as melhores ocasiões foi o Moreirense e mesmo na parte final do jogo o André Micael, Ciro e mesmo o Bobô tem perdidas escandalosas.
Vitória importante do conjunto da Trofa, num jogo equilibrado e que provavelmente o empate teria sido o resultado mais justo.



Freamunde 0-1 Gil Vicente


Pelo segundo jogo consecutivo...Ramazotti resolveu para o Gil Vicente e com isto possibilita aos comandados de Paulo Alves ser a única equipa com duas vitórias no campeonato, num terreno sempre complicado e mesmo o resultado o indica. Este Gil Vicente está mais forte e este ano efectivamente existe condições para lutar pelos primeiros lugares. Já agora...atenção a um menino chamado Zé Luís. Vai dar muito que falar e agora só não é titular porque teve o azar de se lesionar e com isto perdeu um lugar no onze para o brasileiro Ramazotti, outro jogador jovem e que até ao momento tem mostrados dotes de goleador e veremos se será para continuar.



Fátima 1-0 Varzim


O futebol tem destas coincidências e que faz mesmo ser o melhor desporto do mundo. Se na primeira jornada o jovem central João Pereira com um auto-golo contribuiu para a derrota na estreia frente à Oliveirense, desta feita foi ele o autor do tento que permitiu à formação orientada por Diamantino Miranda levar os três pontos nesta partida. Atenção a este Fátima, que possui uma mistura interessante entre jovens (grande parte deles pertencentes ao Benfica) com a experiência, sendo uma equipa que tal como no ano anterior vai incomodar bastante. Já o Varzim, tem diversas limitações no seu plantel e pelo menos nos jogos em casa terá que pontuar o máximo possível, até porque como visitante não acredito que pontue tanto.



Estoril 3-1 Covilhã


Para finalizar...boa vitória em casa do Estoril diante do Covilhã, que vinha de um excelente triunfo caseiro perante o candidato Leixões, mas desta vez não levou a melhor sobre o adversário, que mais uma vez possui um plantel praticamente novo e veremos se tal como na época transacta irá revelar alguns bons jogadores. O Jardel por exemplo...para mim foi um dos melhores centrais da então chamada Liga Vitalis e não me surpreendeu em nada ter chegado e afirmar-se logo no Olhanense, porque tem qualidades para tal.
Pelo Estoril marcaram os brasileiros Paulo Sérgio e Alex Afonso (é com agrado que vejo este jogador regressar ao nosso futebol. Tem talento!) e ainda o americano Tony Taylor. Por sua vez no Covilhã, o Abdoulaye marcou o único golo da sua equipa e curiosamente este central já leva dois golos na prova.

by Otilious

3 comentários:

  1. este ano o Rabiola vai ser o melhor marcador desta liga e po ano vai fazer a pre-epoca no porto.

    quem joga muito e pode vir a ser util para o futuro é o Abdoulaye, do fcp

    passe tambem pelo meu blog e comente

    http://imperiofutebolistico.blogspot.com/

    cumprimentos

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  2. Não sei se o Rabiola tem potencial para ser o melhor marcador da Liga Orangina e muito menos fazer a pré-época no FC PORTO...mas veremos caro Miguel.

    O teu blog ta muito interessante também.

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