O desinteresse do FC Porto na Taça da Liga não é novidade nenhuma. Desde a sua criação que esta taça não faz mais do que atrapalhar o preenchido calendário dos dragões e não foi por acaso que Pinto da Costa, ainda a semana passada e desvalorizando a derrota frente ao Nacional, afirmou que o FC Porto até poderia perder os jogos todos desta competição que não lhe fazia grande diferença. Ainda que percebendo a ironia e algum exagero que estas palavras encerram, não podemos deixar de compreender o presidente portista. Numa época longa e em que o clube compete em variadas frentes é perfeitamente aceitável que se faça uma gestão do plantel e é, naturalmente, na Taça da Liga que o FC Porto fará competir os seus jogadores habitualmente menos utilizados e onde a atitude competitiva será menor. Para além do mais, com estas palavras de desapreço pela competição, o dirigente máximo dos dragões apenas vem confirmar aquilo que a maioria dos adeptos acha da Taça de Liga: que é uma competição construída em moldes absurdos, com claro favorecimento das equipas mais fortes; que é uma competição que põe em risco a integridade física dos atletas para compromissos mais importantes e que é, em suma, uma competição feita para “salvar épocas” e do agrado daqueles que não estão habituados a ganhar nada de importante, tipo uma taça de consolação.
Ficamos a saber, esta semana, que o FC Porto foi, considerada a melhor equipa do mundo no mês de Dezembro e a décima melhor do ano de 2010 para a Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol, o que para alguns foi como que um verdadeiro murro no estômago. Primeiro porque num ano em que o campeão e demolidor Benfica quedou-se por uma modesta 59ª posição (atrás de Sporting e Braga) e em segundo porque o suposto abaixamento de forma do FC Porto no final do ano, preconizado por alguns mestres da táctica da nossa praça, não só não se confirmou como o pôs no topo da hierarquia mundial. Oxalá o FC Porto continue a jogar assim tão mal nos próximos meses!
Não compreendo (ou talvez compreenda!) como não houve, agora, indignação nos discursos e nas primeiras páginas dos jornais desportivos. O que aconteceu em Coimbra com o primeiro golo do Benfica é algo inexplicável. Ao contrário dos lances disputados em velocidade e em que existem jogadores no campo de visão dos árbitros, num livre directo, com o jogo parado e em que ao juiz de linha é dada toda a amplitude do lance e clara visão do mesmo, não é compreensível que se valide um golo como o de Saviola e que abriu as portas ao triunfo benfiquista em Coimbra. Imagino o que seria para a verdade desportiva se Falcao, por exemplo, marcasse um golo assim. Ele que, infelizmente, o ano passado teve para aí uns quatro ou cinco mal anulados.
by Vasco Guimarães zerozero
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