No futebol Português existe uma forte tendência em se confundir o profissional como uma pessoa competente e o amador como o incompetente. O profissional no dirigismo desportivo é uma pessoa paga, normalmente principescamente e que deveria exercer determinada função de forma excelente, diria mesmo que se pensa que, quanto mais alto o vencimento mais se acredita e se crê na sua excelência. Em contraponto o amador, não passa disso mesmo, um amador que, obviamente por não ser pago a peso de ouro como o profissional não tem capacidades para exercer as funções que lhe são ou poderiam ser adstritas. Com estes dados em cima da mesa a profissionalização foi avançando a passos largos para gáudio de todos mas principalmente dos incompetentes… estes passariam a receber por aquilo que não sabem fazer.
Avançou assim a profissionalização no dirigismo desportivo, quer ele seja nas Federações, Associações ou Sindicatos. Todos querem estar nos lugares em que possam ser o mais possível “profissionais”, por esta razão se vê as mesmas caras ano após ano, às vezes década após década, à frente da Federação, das Associações, dos Sindicatos… etc. Todos eles agarrados a um ordenado chorudo que não largam por nada deste mundo, pois bem sabem que a sua incompetência não tem procura no mercado de trabalho privado, muito menos a receber o que recebem no mundo do futebol. Estes são os que não pagam, nunca pagaram nem pagarão na vida um bilhete de futebol, adeptos da borla, do jantar e do convite para a viagem. Era vê-los em filinha indiana, todos sorridentes, de mala em punho no aeroporto de Lisboa com destino a Suíça, hotel 5 estrelas marcado, para assistir à entrega do Mundial de Futebol à Rússia. Tudo pago pelo adepto e pelo contribuinte... claro!
O “polvo” que os incompetentes criaram para se auto proteger e se perpetuarem nas funções é de tal forma grande, forte e tentacular que “come” todos aqueles que queiram substituí-los, que o diga o Artur Jorge na sua tentativa para ser candidato, a candidato a presidente da Federação Portuguesa de Futebol.
Estes incompetentes profissionais, ou se preferirem, estes profissionais da incompetência só se afastam se arranjarem um “tacho” melhor e claro, mais bem pago.
Um ordenado de alguns (muitos) milhares de euros, não faz destes senhores que durante largos anos vêm matando o bom do futebol Português, pessoas competentes e capazes, não faz nem vai fazer. Disse bom futebol Português de forma completamente convicta e consciente pois acredito que só um bom futebol poderia sobreviver a tantos “comilões” incompetentes e durante tantos anos, como é o caso em apreço.
Se a primeira direcção profissional da história do Sporting Clube de Portugal alguma coisa conseguiu de bom foi provar que a teoria do profissional pago de forma completamente descabida para a realidade Portuguesa, nem sempre ou quase nunca, anda de mãos dadas com a competência desejada.
José Eduardo Bettencourt demite-se depois de uma derrota com o Paços de Ferreira, isto após 15 dias de ter contratado José Couceiro para Director para o Futebol para um projecto a longo prazo e pensado por si. Que projecto é este que caí aos pés do Paços de Ferreira?!? E o que faz agora José Couceiro no futebol do Sporting? Esperará pela indemnização que terá que receber pelo despedimento óbvio que estará sujeito com a chegada de um novo presidente? E o resto da direcção que foi eleita ao lado de José Eduardo Bettencourt aos saltos e a cantar musicas da Juventude Leonina, onde estão eles? Agarrados as cadeiras almofadadas, aos croquetes da zona V.I.P. e as viagens, hotéis e jantares à borla que desfrutam quando jogam na Europa?!? Com sportinguistas assim bem que podiam colocar benfiquistas na presidência, talvez a coisa não corresse tão mal.
O futebol dá muito a quem tão pouco sabe fazer e os adeptos do futebol tudo pagam, de forma directa ou indirecta. Os incompetentes “comilões” esfregam as mãos com as comissões que ganham na compra e venda de jogadores com negócios efectuados com empresas nas Ilhas Caimão e “off shores” do género, forram as barriguinhas com grandes jantaradas e whisky 20 anos em hotéis 5 estrelas, quando não mereciam mais do que um hambúrguer e um sumo numa qualquer pensão manhosa.
Sabem estes incompetentes que no futebol se podem perpetuar, entrar e sair quando querem e como querem, bastando para isso continuarem a proteger-se e a proteger o “polvo” dos “comilões” incompetentes que nada lhes será cobrado ou questionado quanto ao trabalho prestado.
Não se preconiza nenhuma solução milagrosa para acabar com este “polvo” tal embrenhado que está no futebol Português mas a limitação de mandatos seria um pequeno passo, muito pequeno bem sei, mas um passo.
Não é possível termos dirigentes na Federação que já o eram do tempo de Saltilho, não é possível continuar a entregar o futebol português as Associações que mais não fazem que negociar lugares em direcções a troco de votos. Não é possível continuarmos a pensar que o bom presidente é aquele que consegue dar e comer a todos estes “comilões” de forma a também ele se eternizar no lugar, ano após ano, asneira após asneira. Não é possível ter um governo que é cúmplice de tudo isto e que de mãos dadas com uma Federação de estatutos ilegais passeiam juntos, assobiando e cantando alegremente para promover uma candidatura ao Mundial.
O milagre Paços de Ferreira conseguiu abrir uma pequena brecha na incompetência e nos “comilões” essa pequena brecha diz especialmente respeito aos sportinguistas, se a querem ou não aproveitar apenas a estes diz respeito.
Eu, fico a espera que mais "milagres Paços de Ferreira” apareçam no futebol Português de todas as formas possíveis e imaginárias, que venham com força e em enxurrada para varrer os incompetentes “comilões” que por cá proliferam.
by José Gomes zerozero
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