quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Época 2010/2011 - Crónicas

05/01/2011

Violência sem limites

Estima-se que entre os adeptos do Estrela Vermelha e do Partizan (o outro clube rival de Belgrado) existam cerca de trezentos hooligans munidos com pistolas, facas, soqueiras e tacos de basebol. As claques mantêm ligações à máfia e ao tráfico de droga e a polícia acredita que estejam a ser utilizadas como recursos para branqueamento de capital.

"Tigres de Arkan" é a designação para o grupo de apoiantes mais radicais do Estrela Vermelha, considerado a claque mais violenta do mundo. Efectivamente, a capital da Sérvia tem assistido a confrontos que começam nas bancadas e só terminam nos relvados: viram-se imagens de hooligans a pontapear adeptos caídos no chão e outros a baterem-lhes com as cadeiras na cabeça.

Aliás, nos últimos dez anos, este ritual de violência já causou centenas de feridos e algumas mortes. Entre os apoiantes, prevalece um comentário: "Andar à pancada é como fazer sexo com duas mulheres."
Ficará, para sempre lembrada a partida em que o Estrela Vermelha defrontou o Partizan, em 2002, quando centenas de adeptos dos "Tigres" invadiram o campo e atacaram o treinador do Partizan, cortando-lhe a cara com uma faca.

O líder dos "Tigres de Arkan", Ivan Bogdanov, está detido por ter sido o responsável pelos incidentes que marcaram o jogo Itália-Sérvia no apuramento para o Europeu de 2012. A partida teve que ser interrompida aos seis minutos porque Ivan e outros colegas extremistas decidiram cortar a rede do estádio e tentaram derrubar a vedação.

Não satisfeitos, atiraram very-lights e bombas de fumo, obrigando à intervenção da polícia de choque.

Justificar este comportamento de extrema violência pode ter como base a própria origem da claque. Na realidade, os "Tigres de Arkan" foram criados como força paramilitar aue contava, de início, com vinte fanáticos do Estrela Vermelha, mas que chegou a ter dez mil homens, grande parte deles actualmente em julgamento pelo massacre a milhares de pessoas.

Com o final da guerra entre Sérvia, a Eslovénia, a Croácia e a Bósnia, muitos destes paramilitares transferiram para os estádios esta atitude violenta extremista que deixaram de poder exercer em contexto de guerra. Deste modo, têm feito dos estádios verdadeiros campos de batalha!

by Alexandra Macedo, psicóloga, in Revista "Sábado", nº338 (Outubro/2010).




----------------------------------------------------------------------------

Hoje o Futebol Cerebral faz um apontamento sobre esta vertente do futebol, que é real e que continua a existir. Nem tudo no futebol é bonito, também existem casos destes. No entanto, é bom que as pessoas não confundam o hooliganismo com as claques e com o conceito de ULTRAS. São coisas distintas.

O Futebol Cerebral deixa aqui dois vídeos. Um poderá reflectir de alguma maneira aquilo que é a violência no futebol e o hooliganismo; o outro simboliza o que é o conceito de ULTRAS.

Futebol Cerebral, o futebol visto cerebralmente.




Sem comentários:

Enviar um comentário